Política na Visão Bíblica

Introdução 

Essa palavra tem finalidade de servir como base criteriosa para a Igreja e exortação para os políticos. Nem sempre política é um assunto que gostamos de abordar, mas é preciso fazê-lo à luz da palavra.

Todo cristão foi chamado para ser sal e luz (Mt 5. 13-16). O sal impede a putrefação. Tempera, mas também preserva o que temperou, sendo usado há milênios com esse fim. Quando Jesus diz que o cristão é sal declara que a Igreja é sal na terra para impedir o apodrecimento. Portanto, se a sociedade anda em total corrupção, imoralidade e podridão é porque está faltando o sal.


Um alimento que contenha 20% de sal na sua composição é salgado, certo? E será que nós também temos sido assim? Segundo o Novo Mapa das Religiões, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 20,2% da população brasileira é evangélica, o que corresponde a 40 milhões de pessoas. E de acordo com estimativas da Sepal, na próxima década esse número chegará a 109 milhões e representará 50% da população. Já no estado de Goiás, os evangélicos correspondem a 31,4%

Diante dos números podemos afirmar que o sal está aqui, mas está escondido ou insípido. Escondido somente nos templos, pois não saiu verdadeiramente para os colégios, empresas, legislativo, executivo ou judiciário, para os debates no campo da política. E esse é o tempo do sal sair. Deus nos chama para sermos Seus Ministros, e devemos sê-los independente da profissão. Nem todos os chamados serão “pastores”, mas serão Ministros de Deus.

Deus está levantando uma nação numerosa de sacerdotes para impactar e salgar todo esse mundo, para glória do Senhor Jesus. Será uma avalanche do poder, da glória e da vida de Deus em toda a cidade de Uruaçu, estado de Goiás e o Brasil.

Igreja x Política

Cada um tem sua função de acordo com o propósito de Deus. Dessa forma, por mais que não gostemos precisamos de cristãos com o chamado político e Deus faz esse chamado. Mas precisamos de pessoas que tenham a “Palavra de Deus” e não oportunistas em busca de satisfazer os interesses pessoais, escusos e imundos.

Diante dessa questão a instituição Igreja Videira assume uma posição equilibrada. Não se envolve diretamente na política, tampouco adota um “candidato da Videira” que carregue o nome da igreja. Entretanto, reconhece o dever cidadão do voto e que você precisará “apoiar” candidatos. E essa decisão de apoio considerará o passado político, a vida presente e os planos futuros do candidato, que deve ainda demonstrar que tem um “ministério político” em Deus.

Se temos cooperado com o bem estar social e com a recuperação das famílias, por que não ter voz política ativa, onde demonstraremos a força da Igreja? As ações da Igreja têm impacto até mesmo financeiro, ao curar enfermos e prevenir doenças, desonerando, assim os gastos com saúde pública; ao tratar verdadeiramente e recuperar ex-viciados; dentre outros.

Somos filhos do Rei e devemos ser nobres. E ser nobre não significa ser orgulhoso, mas sim crer na nossa provisão em Deus. O verdadeiro cristão não deve negociar seu voto em troca de favores pessoais.

7 princípios para o papel da Igreja e o político no livro de Ester

Para ilustrar a relação entre a Igreja e a Política analisaremos o livro de Ester. Mais ou menos no ano 480 a.C., os persas dominavam a Terra, cujo domínio ia desde a Índia à Etiópia e abrangia 120 províncias com 120 governadores. O rei, Assuero e sua rainha, Vasti, moravam em palácios diferentes e a rainha só ia até o rei quando convidada.

O rei Assuero realizou seis meses de festa e ao final ofertou um banquete convidando toda a cidade e também a rainha. Porém, Vasti não atendeu ao chamado de Assuero, humilhando-o. Diante da situação, o rei consultou seus conselheiros e foi aconselhado por Memucã que condenasse Vasti a ficar presa no castelo pelo resto da sua vida e procurasse uma nova rainha.

Para a escolha da nova rainha Assuero organizou o que pode ser considerado o “1º concurso de miss”, ordenando que trouxessem à sua presença candidatas formosas e virgens. Uma garota chamada Hadassa (nome em hebraico que significa Ester) entrou no concurso pressionada por Mordecai, seu pai de criação. Ester ficou por um ano no palácio, sendo que por seis meses cuidou da pele e outros seis meses gastos para se perfumar. Ao final desse período Ester tornou-se rainha e foi morar no Palácio Real. Orientada por Mordecai, Ester não revelou que pertencia ao povo judeu.

Surge então Hamã, homem que foi exaltado pelo rei e tido como digno das outras pessoas se curvarem diante dele. Todavia, Mordecai, judeu, se recusava a curvar, o que gerou ódio no coração de Hamã.

Hamã, após agradar o rei com um banquete, conseguiu o anel do rei Assuero para poder decretar a seguinte lei: no dia 13 do mês 12 todos poderiam matar um judeu vizinho e sua família, e saquear seus bens.

Sabendo disso, Mordecai diz a Ester que não foi por acaso a sua escolha como rainha. Deus a colocara para essa hora e para o livramento do seu povo. Ester, intercedendo pelo povo, consegue o anel do rei para decretar que o judeu poderia se defender e tomar os bens dos inimigos.

Quanto a Hamã, este teve um fim trágico. Ao ser denunciado, e na tentativa de ter sua vida poupada, caiu sobre Ester e foi mal interpretado pelo rei Assuero, tendo sido condenado ao enforcamento.

Refletindo sobre essa estória temos Ester simbolizando os políticos cristãos, sendo a que detém o poder, a autoridade e influência; e Mordecai simbolizando a Igreja, tendo a postura de não se curvar diante dos princípios.

Quanto aos princípios, podemos levantar sete:

1º princípio

Assim como Ester foi educada por Mordecai, os cristãos devem ser instruídos pela Igreja.

2º princípio

Ester se candidatou a esposa de um rei ímpio, contrariando uma tradição judaica. Da mesma forma, cristãos podem contrariar tradições das igrejas ao se candidatar a cargos públicos.

3º princípio

Mordecai "ordenou" algo a Ester e ela se sujeitou. O político cristão deve se sujeitar a autoridade dos homens de Deus e da Igreja. (Et 2.10)

4º princípio

Assim como os judeus entraram numa crise, a Igreja pode ser alvo de perseguição do sistema.

5º princípio

Ester foi eleita rainha por um propósito divino para um tempo de crise. O político cristão deve ter consciência de que foi "chamado por Deus" para ser político.

6º princípio

A função de Mordecai foi de orar e jejuar. Enquanto a de Ester foi a de ir ter com o rei. Governamos com intercessão. (Et 4. 15-17)

7º princípio

O objetivo, tanto de Mordecai quanto Ester, não era obter vantagens pessoais, mas cumprir o chamado de Deus. As vantagens obtidas são apenas consequências da autoridade conferida a ela.

Considerações

A relação demanda postura para ambos os lados. Os cristãos não devem negociar seu voto ou apoio político e, assim, se manterem nobres. Essa atitude é ainda mais exigida dos pastores, pela sua posição de liderança. O segundo lado compreende os políticos cristãos, que não devem assumir cargo político objetivando vantagens pessoais.

Estamos vivendo tempos difíceis, onde há corrupção, roubo, desconfiança e muitos se sentem impotentes diante dos problemas sociais. Por isso mesmo nós cristãos devemos ocupar todos os espaços que nos convém para demonstrar que o evangelho cura, restaura, liberta, transforma vidas e traz prosperidade.

Precisamos de Mordecai, uma Igreja que se posiciona como agente de Deus contra as trevas. E precisamos também de Ester, políticos "sacerdotes de Deus", que tenham um chamado, que não se corrompam, não negociem, não se vendam e lutam pelos interesses do Reino de Deus.

Curiosidade da Palavra

No livro de Ester o nome de Deus não é mencionado, mas nas entrelinhas é possível observar o Seu poder.

Pr. Bil Halex